segunda-feira, 21 de maio de 2007

3.2 - O Porto de São Mateus

Não existe exatamente um culpado pela escravidão, a mentalidade da época era essa, mas a escravidão não era algo aceito por todos, nem justa, muito menos que o negro aceitava seu carma. Mas ainda resta uma duvida, porque trazer escravos da áfrica se aqui haviam índios que poderiam fazer o serviço dos africanos?

Então vamos entender o porque era tão complicado ter um índio como escravo no Brasil.

1° poucas tribos praticavam a agricultura, então isso aumentava o descontentamento dos índios, pois estavam sendo obrigados a fazer coisas desconhecidas.

2° os índios caçavam para se alimentar, já os portugueses plantavam cana para exportar, assim mais descontentamento por plantar o que nunca mais veriam.

Mas isso não era falta de inteligência, eles apenas tinham o que precisavam na floresta e não conheciam o modo de vida europeu.

3° para os índios trabalhar nas lavouras era um trabalho para as mulheres, os homens, em todas as tribos, eram considerados guerreiros e caçadores, assim trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar era uma humilhação.

4° os índios caçavam para conseguir alimento para toda a tribo, depois da caça eles voltavam a aldeia e ficavam com seus amigos e parentes. Então quando esses índios eram escravizados, era comum que seus amigos e parentes atacassem atacarem a fazenda para resgatarem esses índios, ou então por si só eles fugiam para a floresta retornando a sua tribo. E o escravo índio não dava lucro aos portugueses, pois eram capturados pelos capangas dos fazendeiros, e não estavam sujeitos a fiscalização. Já os negros africanos podiam ser fiscalizados assim Portugal poderia cobrar tarifas por esses escravos.

O Cricaré é a melhor forma de se chegar e sair de São Mateus, pois não haviam rodovias, era por ele que a maioria doa viajantes chegavam e saiam. Assim o Porto de São Mateus é um local de suma importância na história de São Mateus e do Brasil.

Esse porto era usado para o escoamento da produção de farinha que cresceu a partir de 1750, E os comerciantes compravam cada vez mais produtos de fora chegados pelo porto. Mas Foi basicamente essa produção de farinha que aumentou a riqueza da vila de São Mateus.

Em 1800 São Mateus já era parada obrigatória para muitas embarcações, devido a superprodução de farinha. O Espírito Santo era visto como muito lucrativo, pois não haviam muitas cidades, e essas em desenvolvimento eram vistas dessa forma.

Muitos navios atracavam em São Mateus tanto para comprar farinha, quanto para vender seus produtos. Assim, muitas famílias de lá enriqueceram, e outras saíram da miserai. Em 1828 São Mateus já era a vila mais rica do Espírito Santo.

São Mateus já era mais rica que a primeira vila e a capital. No séc. 19 essa vila se tornou lugar de ótimos lucros, mas foi a chegada de escravos negros pelo porto de São Mateus que mudou as feições da cidade.

Com o crescimento da cidade, cresceu também o comercio de escravos pelo porto, já chegavam navios diretos da áfrica para comercializar escravos. E assim o porto ficou conhecido internacionalmente como lugar de parada dos navios negreiros.

Nessa época São Mateus tinha uma ligação forte com Porto Seguro, e comprava e vendia muitos produtos dessa região norte.

Em 1822 quando D. Pedro I clamou a independência do Brasil, recebeu apoio de varias vilas não comandadas elos portugueses. Mas São Mateus não aderiu a D. Pedro, pois não queria perder a parceria comercial com Porto Seguro. Isso até D. Pedro I enviar uam força militar de 12 homens para averiguar, e saíram de lá com uma carta de apoio a D. Pedro I.

Em 1850 uma lei imperial proibiu o trafego de escravos da áfrica. Assim os navios compravam e vendiam escravos do norte do país para o sul do interior para as capitais. E São Mateus ficava no meio dessas rotas. Os navios paravam lá pra negociar escravos e comprar farinha e revende-la pelo dobro.

Os casarões do porto de São Mateus eram usados para o comercio de escravos. Lá eram humilhados e surrados, uma crueldade feito com um povo descriminado pela cor de pele, um preconceito ainda existente hoje. Hoje ela é a cidade que possui mais descendentes negros, e que isso sirva de lição para que não se repitam os erros do passado.

“Para os descendentes de escravos de São Mateus é importante conhecer o passado e ter a certeza de que, por séculos, a riqueza deste país foi construída também por braços negros. Agora, é com os mesmos braços que se deve exigir igualdade na educação, na saúde e na justiça. Se, antes, a liberdade do negro deveria ser negociada com seu dono, agora é através do voto que todos os descendentes de africanos e brasileiros da forte raça negra têm a oportunidade de exigir não só a liberdade, mas também a igualdade de condições.”

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